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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Deixa o tempo morrer


 (Catarina Fernandes 2009)

Deixa o tempo correr, desta vez juro que não vou atrás dele, ele é louco, não sabe medir os passos que da, fugaz o meu imaginário na sua presença, triste a memoria do seu encontro.
Não seria tudo bem mais fácil, só por esta vez admitir que ele não existe, limitar o momento ao espaço e sentimento, elevando a ânsia e o desejo, esquecendo o tempo, liquidando o tempo. Matando-o.
Só assim é que ele poderá desvanecer-se, sem necessidade de coexistência.
Deixa o tempo morrer para que no fim reste apenas uma cama por fazer.

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